Dutra elogia secretário Aluísio Mendes na Tribuna da Câmara

Veja o pronunciamento:

O SR. PRESIDENTE (Inocêncio  Oliveira) – Continuando o período dos 5 minutos, concedo a palavra ao ilustre  Deputado Domingos Dutra, do PT do Maranhão. O SR. DOMINGOS DUTRA (PT-MA. Pela ordem. Sem revisão do orador.) – Sr. Presidente, Sras. e Srs.  Deputados, galerias aqui presentes, assistentes da TV Câmara e todas  aquelas e todos aqueles que nos acompanham pela Internet, no dia 23 de abril foi  executado na Avenida Litorânea, em São Luís, o jornalista e blogueiro Décio Sá,  que trabalhava para o sistema de comunicação da família do Senador José  Sarney. Eu sempre fui vítima desse jornalista e blogueiro nos seus espaços,  mas, como Presidente da Comissão de Direitos Humanos, eu usei esta tribuna para  exigir das autoridades estaduais rapidez na identificação dos executores e dos  mandantes. E nós fizemos isso porque não podemos concordar com a pistolagem. Em  um País que se moderniza, os conflitos de interesse têm de ser resolvidos pela  lei, dentro da lei e pelas instituições e não pela pistolagem. Na condição de  Presidente da Comissão de Direitos Humanos, falei desta tribuna. Quando eu senti  que o assunto estava esfriando, fui ao Maranhão numa comissão da Comissão de  Direitos Humanos com a Deputada Erika Kokay e o Deputado Severino. E no dia 25  de maio eu estava em Genebra participando da reunião da Comissão de Direitos  Humanos da ONU e levei um dossiê, porque a ONU se manifestou e pediu rápida  apuração desse bárbaro crime ocorrido no Maranhão. Hoje a polícia prendeu  sete pessoas, entre empresários, pistoleiros e ainda há alguns mandados de  prisão e de busca e apreensão. Pelo que a imprensa noticia, Presidente Oliveira,  a polícia do Maranhão, comandada pelo Secretário Aluisío Mendes, chegou à parte  dos mandantes e dos executores.

Com a mesma  ênfase e autenticidade de quando vim aqui criticar o Governo e exigir rápida  apuração — como também fizeram os blogueiros Luís Cardoso, Kenard, Marco Aurélio DEça, do Sistema Mirante de  Comunicação, Cesar Bello, o Jornal Pequeno, o jornal O Imparcial, todos interessados na solução do fato —, venho a esta  tribuna parabenizar o Secretário Aluísio Mendes, os 12 delegados que  participaram das investigações, os 70 policiais envolvidos nesse processo, os  promotores que acompanharam as investigações, a juíza da Vara do Júri que  deferiu os mandados de busca e apreensão e os de prisão. Todos os senhores e  o Brasil sabem de minha postura política de oposição ao Governo do Estado, mas  tenho a compreensão de que quem faz oposição e não tem capacidade de reconhecer  os atos positivos do Governo perde a credibilidade para fazer a crítica quando o  Governo erra. Todo mundo conhece minha posição em relação ao grupo que  governa o Maranhão, mas eu prezo a honestidade. E, para garantir a legitimidade  da minha crítica, venho a esta tribuna para elogiar uma posição acertada da  Polícia do Maranhão, que conseguiu identificar e prender os mandates do crime e  os pistoleiros que executaram um jornalista, de forma covarde,  traiçoeira,mediante pagamento.

Eu espero, Deputado Setimo,  V.Exa. que apoia o Governo, que as investigações tenham chegado a todos  os mandantes que contrataram e agenciaram pistoleiros para executar um cidadão.  Não podemos, por pior que seja o nosso inimigo, concordar que a pessoa seja  executada mediante pistolagem, mediante pagamento. Por isso, Sr. Presidente,  venho aqui elogiar o Secretário Aluízio Mendes, cuja demissão já pedi desta  tribuna, em outro momento. Entretanto, da mesma forma que pedi a demissão do  Secretário no momento necessário, venho aqui elogiar não apenas o Secretário de  Segurança, como também os doze delegados que participaram da operação, os 70  policiais, o Ministério Público e o Judiciário do Maranhão que contribuíram para  desvendar a execução brutal e covarde desse jornalista. Espero, repito, que  as investigações cheguem a todos, não apenas àquele que apertou a pistola  mediante pagamento, mas aos mandantes, que têm poder econômico. Quem mandou  matar o jornalista Décio Sá não foi quebrador de coco; foi quebrador de cofre.  Só quem tem poder econômico pode contratar um grupo, pode articular uma  infraestrutura para executar um crime de pistolagem. Portanto, fica aqui o  meu reconhecimento à Polícia do Maranhão. Espero que chegue a todos os mandantes  da execução do jornalista Décio Sá. Muito obrigado, Sr. Presidente.

Fonte: blog Luis Cardoso